5G: entenda como funcionará a próxima geração de rede de internet móvel

O Brasil deu uma passo importante em direção à nova era digital quando anunciou, em julho deste ano, que adotaria a tecnologia 5G em 2021.

O 5G é a evolução direta das tecnologias anteriores — 3G e 4G — e traz não apenas mais velocidade de conexão à internet móvel, mas outras funcionalidades que poderão revolucionar a forma como vivemos, a partir de objetos conectados e cidades inteligentes.

Mas diversas dúvidas ainda permeiam essa tecnologia, enquanto ainda esperamos o leilão específico das frequências 5G. 

  • Qual será o impacto da tecnologia em nossas vidas?
  • Meu celular será compatível?
  • Quando a tecnologia chega ao Brasil?
  • Ela oferece algum mal para minha saúde?

O que é 5G? 

A tecnologia 5G é a próxima geração de rede de internet móvel. A promessa é de que ela trará ainda mais velocidade para downloads e uploads, cobertura mais ampla e conexões mais estáveis. 

A objetivo é usar o melhor espectro de rádio e possibilitar que mais dispositivos acessem a internet móvel ao mesmo tempo. O 5G permitirá que mais de 1 milhão de aparelhos se conectem por metro quadrado.

A proposta é conectar celulares, carros, geladeiras, máquinas de lavar e câmeras de segurança, entre outros aparelhos.

Qual a velocidade do 5G? 

As redes da 4ª geração, utilizadas atualmente em algumas regiões do Brasil, são capazes de entregar uma velocidade média de conexão de, aproximadamente, 33 Mbps. Estima-se que o 5G será capaz de entregar velocidades 50 a 100 vezes maiores, podendo alcançar até 10 Gbps.

As redes móveis 4G mais rápidas oferecem, em média, aproximadamente 45 Mbps (megabit por segundo), mas a indústria ainda tem esperança de alcançar 1 Gbps (gigabit por segundo = 1.024 Mbps).

Já existe também a rede 4.5G, que trabalha com múltiplas faixas de frequência ao mesmo tempo em relação ao 4G tradicional. A tecnologia pode registrar no mundo ideal até 1 Gbps de velocidade.

Como funciona o 5G? 

Ele usa faixas de frequência mais altas da telefonia para funcionar, de 3,5 GHz (Gigahertz) a pelo menos 26 GHz. Estas têm uma capacidade maior, mas como seus comprimentos de onda são menores, significa que seu alcance é mais curto.

Por isso, são chamadas de “ondas milimétricas” e são bloqueadas mais facilmente por objetos físicos. Mas os padrões ainda não foram definidos para todos os protocolos 5G.

Assim, é provável que surjam módulos de antenas de telefonia menores, próximos ao chão, propagando as chamadas “ondas milimétricas” do 5G entre um número bem maior de transmissores e receptores. Isso vai permitir uma cobertura mais ampla. 

Para que serve o 5G? 

A expectativa é a de que, quando chegar no último estágio, o 5G represente um avanço importante como sociedade.

Com a sua velocidade e cobertura, estima-se que o 5G possa, em muitos casos, substituir até mesmo as redes domésticas de wi-fi.

Alguns especialistas acreditam que a tecnologia será complementar, com operadoras oferecendo banda larga, modem 5G e wi-fi para diferentes perfis. 

Qual será o custo da 5G? 

Especialistas apontam que operadoras tendem a oferecer franquias mais “generosas” com o 5G, por seu custo por bit ser menor.

Algumas operadoras estrangeiras disponibilizaram planos de 5G ilimitados neste início de ofertas: é o caso da britânica Vodafone, com preços que variam entre 23 e 30 libras (de R$ 120 a R$ 155) mensalmente. 

O que falta para ter 5G no Brasil? 

A tecnologia deve chegar definitivamente no Brasil em 2021. O leilão para o 5G no país deve ser o maior de radiofrequências da história do país e a maior oferta pública de capacidade para a tecnologia móvel de quinta geração no mundo.

Previsto para ocorrer no final de 2020, o leilão foi adiado por conta da pandemia da covid-19, segundo o ministro das Comunicações, Fábio Faria (PSD-RN).

Preciso comprar um celular novo para utilizar o 5G? 

Nem todos os modelos são compatíveis com a nova tecnologia. A situação no Brasil deve ser parecida com a época do lançamento do 4G, em 2012, quando nem todos smartphones eram compatíveis. 

Com o 5G, não deve ser diferente. São poucos modelos a venda atualmente no mundo que possuem essa capacidade. Agora que a tecnologia passou a ser realidade, as fabricantes devem realizar uma corrida para trazer aparelhos compatíveis ao Brasil.

Existe perigo em utilizar a tecnologia 5G? 

À saúde humana, nenhum. Após a pandemia de coronavírus, notícias falsas contra o 5G se espalharam nas redes sociais. Uma delas é de que o coronavírus é resultado da exposição dos seres humanos a frequências dessa rede de telefonia. 

A potência do 5G vai ser bem menor (com relação ao 4G), então a possibilidade de efeitos sobre a saúde, que já são baixos, será menor ainda.

Todas as faixas de radiofrequência são do tipo não ionizantes, ou seja, não têm potência suficiente para quebrar relações moleculares.